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As surpresas de um péssimo briefing

O briefing é a pedra fundamental de qualquer campanha publicitária. Ele vai determinar o que será feito, o que será proibido, conceito que as peças devem comunicar, entre outras informações. Quanto mais detalhes, melhor. Mas quem vive a rotina do “glamouroso” mundo das agências de publicidade, sabe que um briefing completo é mais raro que água no deserto.

A realidade chega a ser cruel, mas com jogo de cintura dá pra aplicar o “engana-cliente”. Nada mais justo quando temos como “briefing” um pedido feito em cima da hora e falado em apenas um minuto.


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O resultado pode até ficar interessante de vez em quando, mas quase sempre briefing feito em um parágrafo ou escrito em muitas folhas com descrições inúteis provoca perda de tempo, dinheiro, paciência e outros bens necessários para se manter a saúde mental de quem trabalha com publicidade.

O caso que sempre gosto de citar aconteceu com a minha professora de fotografia. Na época que ela estava na faculdade, o professor passou como briefing de criação apenas o seguinte: “criar uma campanha para comemorar o aniversário de Salvador”. Ela foi questioná-lo se o briefing não tinha mais detalhes, como por exemplo, as restrições. Ele não tinha nenhuma restrição e o briefing continuou o mesmo.

No dia da apresentação, todos mostraram layouts com pessoas sorridentes, balões e todo o ambiente festivo que se espera desse tipo de campanha. A minha professora, então, apresentou uma peça onde se via um velório e um texto parabenizando a cidade pelo índice de violência e morte registrado nos últimos anos.

Surpreso, o professor questionou a sua aluna o motivo dela fazer isso. Ela simplesmente lembrou do briefing de uma linha que recebeu para criar a campanha. Tirou nota 10.

Empresário, se você quer continuar a ser uma espécie de Sérgio Naya da campanha do seu negócio, basta mandar poucas linhas do que deseja e deixar os criativos da sua agência brincarem de Mãe Dinah. Depois não adianta chorar sobre a peça veiculada.

PS: É importante deixar claro que não existe receita para criar o briefing ideal, mas este documento em Word mostra ótimas dicas de como fazer um bom briefing.

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12 Comentários

  1. Cabe só esclarecer um treco: o engana-cliente existe em toda agência do mundo. Meu objetivo com o post, assim como é o objetivo do blog em si, não é desvalorizar o papeel do briefing, mas sim mostrar, sem meias verdades, o que acontece de verdade na criação de uma agência. Claro que lá tem briefing arrumadinho e tudo o mais. Mas tem incêndio também e nossa função é apagá-lo.

    No entanto, seu post é corretíssimo no diagnóstico: sem briefing, vira chute. Quando o briefing é fera fica facinho.

    Abraços, jovem!

    1. Jorge,

      Indiquei o seu post justamente por causa disso: sempre na nossa rotina pegamos um job quase sem briefing nenhum e por isso mesmo indiquei o engana cliente, que é normal em toda agência. E eu sei q vc e todo publicitário valoriza o briefing, afinal adoramos quando ele vem com informações importantes, não é mesmo?

      Abs

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