Artigo

Qual é o preço da criatividade?

Como escrevi anteriormente, o Encontro de Blogueiros Publicitários deste ano foi um grande sucesso em vários sentidos. Somado a isso, a apresentação de Raphael Vasconcelos, diretor executivo de criação da AgênciaClick, trouxe pequenas frases que provocam grandes reflexões sobre a atual fase da nossa propaganda, como essa aqui:

Foto: Carol Martins
“…propaganda é o preço que as empresas pagam por não serem originais.” – Yves Béhar

Se você parar e pensar sobre isso vai descobrir que, infelizmente, o autor da frase está certo há muito tempo. De forma inconsciente (ou não), os publicitários sabem que esta situação existe, mas a ditadura do “eu que to pagando” fala mais alto que o grito de inovação que muitos profissionais querem dar para as campanhas do seu cliente.

O resultado são peças “feijão com arroz” misturadas com apresentações sem sal que só servem para encher linguiça. O cliente aprova o que gosta sem ligar para o público, alvo da campanha que ele está investindo para convencê-lo a comprar o seu produto e serviço. É por isso que vemos um desfile de clichês e lugar comum na nossa TV, principalmente os comerciais regionais.

Como disse Neto lá no EBP, é preocupante que os publicitários recém-saídos da faculdade sejam meros colecionadores de receitas e não sejam capazes de criar a sua própria forma de impactar as pessoas.

Será que um comercial de varejo só vende se tiver alguém gritando feito louco os preços da loja? Os de margarina só são boas se tiverem uma família feliz à mesa? É obrigatório as campanhas de Natal tenham neve e um gordo barbudo nas peças?

O cliente esquece que o diferente se destaca mais que o senso comum. Cabe à agência mostrar que a criatividade na publicidade vale mais do que ele imagina e faz bem para a sua empresa.

*Fonte da foto

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6 Comentários

  1. Sou publicitário formado, mas atualmente não estou na área… concordo com o que está escrito acima e sempre questionei o fato da propaganda ser uma mesmice… o problema é quando a grana fala mais alto do que o grito de independência dos profissionais… então a questão não será mais criar peças publicitárias e sim: “como convencer o anunciante?” mais do que “como convencer os consumidores?”…

  2. Somente lendo o seu post eu adorei e deu para refletir várias coisas, mesmo não sendo publicitária, nós da área de comunicação devemos ter visão de todos os segmentos.

    Adorei o seu blog, estou favoritando e seguirei sempre.

    Abraços,
    Cibele
    (A Bordo)

  3. Tudo bem que existem outras formas de se divulgar um produto ou serviço, agora vir atacando a propaganda dessa forma não sei se é o correto, porque se for assim tem algo de errado com a Coca-Cola, com a Nestlé, com as montadores de automóveis, enfim com todas as grandes marcas que fazem parte de nossas vidas hoje e investem milhões em propaganda todos os anos. A frase é de um designer que, com certeza, quer defender o lado dele, coisa que até dá pra entender.

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