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“A Entrevista” e o marketing do proibido

Certamente você deve ter visto que o filme da Sony, A Entrevista (The Interview), foi alvo de polêmica que envolveu os EUA e a Coreia do Norte, chegando a se discutir a possibilidade de atentados terroristas por que a sinopse do filme envolve o plano para matar o líder supremo Kim Jong-um. O filme, que provavelmente não seria sucesso de público e crítica, transformou-se em poucos dias um dos assuntos mais falados na internet e campeão de downloads graças ao próprio erro da Sony.

A-Entrevista_The-Interview

Existe um velho ditado sobre como o proibido é mais gostoso. No momento que a Sony, com medo das represálias que poderiam acontecer nos cinemas dos EUA ao tirar o longa das salas, gerou curiosidade ao redor do mundo. Ontem, antes do cancelamento, todos os ingressos foram esgotados. A comédia, que certamente deve ter um roteiro inofensivo em termos de violência, poderia gerar milhões se a empresa não tivesse “dado mole” em deixar o filme vazar em ótima qualidade quando lançou na internet para ser alugado em formato digital.

Não custa lembrar que há alguns anos o primeiro Tropa de Elite se beneficiou desta estratégia ao ser lançado ilegalmente, gerando buzz entre as pessoas, que faziam questão de avisar aos amigos sobre ele. A diferença é que Tropa chegou aos cinemas e, por ser um ótimo filme, conseguiu faturar muito bem. Fica a dúvida se, caso a Sony volte atrás e resolva lançar A Entrevista no circuito comercial se ele pode surfar na onda desta polêmica que o tornou “proibido”.

Mesmo que esta censura tenha sido inesperada para o filme, fica a lição de como agências e anunciantes podem usar o mistério e, quem sabe, colocar o produto ou serviço sob a aura de “proibido” para gerar buzz e curiosidade no público. Acredito que, se feito na medida certa, é uma estratégia que pode dar certo.

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