Artigo

Sobre o lado nada engraçado da publicidade

Dia desses, navegando pela minha timeline no Facebook, encontrei um post sobre algumas coisas que acontecem no mercado publicitário: profissionais trabalhando sem hora para sair e às vezes até no final de semana, freela se tornando regra e não exceção para complementar o salário e, principalmente, sobre o alto índice de desempregados.

Publicidade_Sem_Graca

escrevi aqui sobre como a publicidade é importante para combater os clientes combaterem a crise, mas antes mesmo dela aparecer e desde que comecei a fazer parte do mercado, não me lembro de ter visto tantos amigos e colegas à procura de emprego e isso se estende aos “primos” jornalistas. Precisamos conversar sobre estes fatos.

Outro caso importante destacado no texto foi sobre como as páginas do Facebook voltadas para os publicitários, incluindo a do blog, fazem posts com piadas sobre estes problemas. Eu acredito que a comédia pode ser um caminho para mostrar como estas práticas são ridículas e abusivas, mas isto acaba não tendo efeito prático em mudar este cenário quando donos e diretores das agências também riem e não fazem algo a respeito.

Infelizmente, como em outros setores, o mercado publicitário é guiado na clássica lei da oferta e demanda. Como existem muitos profissionais sem emprego, a tendência é deixar os salários sem aumentos significativos. Os investimentos cada vez menores dos clientes contribuem para o agravamento da situação, mas não pode ser usada como a desculpa para as práticas citadas no primeiro parágrafo.

Não sei em outras cidades, mas em Salvador praticamente só estão abrindo vagas de estágio e quando surge uma profissional, o salário é do tamanho indicado pelo Professor Raimundo. Infelizmente, como não há muitas vagas abertas, muitos se candidatam a aceitar a oferta.

Em um dos comentários no post que inspirou a produção deste texto, a pessoa declarou que está sem tirar férias há 4 anos. Quatro. Anos. Sem férias. Nem consigo imaginar o nível de stress que ela está passando.

Todos estes detalhes vão afetando a saúde e a criatividade do profissional, que deveria ter mais tempo para sair, conversar, encontrar com amigos, viajar e fazer outras atividades para descansar e renovar o seu repertório, que acaba ficando escasso e com poucas fontes para criar materiais que realmente tenham impacto para as campanhas do cliente.

Não tenho a solução imediata para resolver estes problemas que estão enraizados no mercado há muito tempo. Mas acredito que, de alguma forma, é necessário criar grupos ou colocar esta pauta nos eventos voltado para estes profissionais como forma de impactar diretores de agências e sindicatos sobre estas mudanças tão necessárias.

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