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The Codes Of Gender, o lado sombrio da publicidade

The Codes Of Gender, o lado sombrio da publicidade

Faz muitos anos que questionei se a publicidade é um mal necessário para a sociedade. Agora, com mais experiência de vida e mercado, continuo defendendo o post, mas venho abordar outro lado do mercado depois que assisti ao documentário The Codes Of Gender, de 2010.

Muito antes da “ideologia de gênero” virar pauta em diversos meios, a produção veio com a proposta de discutir como as campanhas publicitárias contribuíram com a definição de papéis entre homens e mulheres, onde não existiam outras opções para se definir sexualmente. Além disso, cada gênero sempre recebia as mesmas características: homem, forte e competitivo. Mulher, dependente e emocional.

Como estas definições são praticadas há várias gerações, esta postura é ensinada de forma inconsciente. Por isso que as campanhas mais recentes da OMO e da Avon, ao incentivarem a livre escolha dos meninos e meninas em brincarem com o que quiserem e repensarem o significado de “princesa”, receberam tantos comentários negativos do público. Quebrar este tabu não é fácil.

Outro aspecto abordado por The Codes Of Gender são as poses atribuídas por homens e mulheres nas campanhas publicitárias. Quem nunca ouviu a expressão “toque feminino” para demonstrar sensibilidade? Enquanto os homens sempre com mãos firmes para mostrar o produto anunciado.

O que você pensou ao ver este homem nesta pose? Para demonstrar como estamos condicionados, acredito que tanto eu quanto você, à primeira vista, achamos a pose muito “feminina”. E de onde vem esta opinião?

Justamente por causa das milhares de campanhas onde as mulheres tocam em si mesmas, como se precisassem serem protegidas. Layouts com gays usam estas mesmas poses, transmitindo uma “feminilidade” ao homem por causa da sua opção sexual.

O documentário mostra que até a pose “blogueirinha”, onde as moças se posicionam como se estivessem procurando algo no chão, de certa forma, é uma herança da publicidade. Mulheres em posição de subordinação, evitando um olhar firme para o mundo.

Não foi à toa que a estátua Fearless Girl gerou ao mesmo tempo buzz e críticas. Onde já se viu uma garota encarar sem medo o “touro” do mercado econômico?

É capaz do ultrapassado ditado “atrás de todo homem existe uma grande mulher” ter vindo junto com os vários anúncios onde a mulher está sempre protegida pelo homem.

Mesmo sendo de 2010, eu recomendo que você assista ao documentário para ver outros aspectos de como o mercado publicitário contribuiu com os estereótipos entre homens e mulheres. Fico aliviado que, mesmo a passos lentos, marcas e campanhas publicitárias vão quebrando esses tabus.

Onde assistir The Codes Of Gender?

Você pode assistir ao documentário logo abaixo, sem legendas.

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